Tuesday, December 07, 2004

Cheguei hoje na Faculdade pra fazer uma prova dificilima e tenho a notícia. Um professor havia morrido. Mas como, o Carlão? E todos conversando, rindo, discutindo sobre a prova. Mas porra, era o meu professor favorito, aquele que me subverteu enquanto pode dentro daquele mundinho podre do direito e que me deu uma nova visão de mundo com muita crítca, kafka e nietzsche. Cara, ninguém estava nem aí. E ainda diziam que ele não dava aula, ficava só falando papo de botequim. Céus, confessei a ele uma vez que se não fossem as aulas sobre Bergman, Lynch, Sartre e todas as cavernas dogmaticas do mundo eu teria largado aquela porcaria toda. E ele me pediu pra não largar. Pelo menos haveria um advogado no mundo que não seria apenas um robo.

Eu estou mal até agora. Por que todos os subversivos morrem cedo? Meu pai, o meu corruptor foi embora antes do tempo, me devendo umas leituras. Agora esse professor, que era a única coisa humana daquela faculdade. E de tão humana e com inúmeros erros, era considerado o pervertido, o inútil. Tolos. Tola eu por ter me apegado. Mas diria ele. Tendo paixão, minha filha, não há mal nenhum em se apegar.

Fica aqui meu registro, raivoso, claro, de saudade.