Monday, May 12, 2003

Posto aqui um poema do Augusto dos Anjos que sempre escutei meu pai recitando (não, não era um mórbido patológico, ele tbm recitava pessoa, machado e outros, hshshs). Este poema pra mim tem uma importancia pessoal. Não se prendam nas palavras que o poema contem mas sim em seu total significado.

Último Credo

Como ama o homem adúltero o adultério
E o ébrio a garrafa tóxica de rum,
Amo o coveiro este ladrão comum
Que arrasta a gente para o cemitério!

É o transcendentalíssimo mistério!
É o nous, é o pneuma, é o ego sum qui sum,
É a morte, é esse danado número Um,
Que matou Cristo e que matou Tibério.

Creio como o filósofo mais crente,
Na generalidade decrescente
Com que a substância cósmica evolue...

Creio, perante a evolução imensa,
Que o homem universal de amanhã vença
O homem particular que eu ontem fui!